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Tem que tomar vacina para estudar nos Estados Unidos?

18/10/2014 por Livia Palmerston, Ph.D.

Uma pergunta que muitas pessoas me fazem é se eu já tomei todas as vacinas pra poder entrar nos EUA. O que nem todo mundo sabe é que para entrar lá, não é exigida nenhuma vacina. A não ser que você vá fazer uma paradinha básica pré-doutorado ou um voo onde será necessário que você faça imigração no Panamá. Aí você te que estar com a vacina de Febre Amarela em dia (validade de 10 anos) e com a Carteira Internacional de Vacinação, indicando a vacina no prazo ou que foi vacinado pelo menos 10 dias antes da viagem.

Para estudantes, entretanto, a exigência das vacinas é feita pela universidade de destino. Ou seja, as exigências serão diferentes para cada um e podem variar, inclusive, dependendo do departamento do qual você fará parte. Geralmente, estudantes da área de saúde ou aqueles que irão frequentar departamentos vinculados a essas áreas tem uma lista maior de agulhadas para tomar. Na tabela abaixo, podemos encontrar uma lista das vacinas mais comumente exigidas ou recomendadas. Lembrando que algumas são obrigatórias, outras apenas uma recomendação da universidade. É preciso verificar com o departamento de saúde da sua universidade quais os requisitos. Particularmente, eu coloquei todas as vacinas possíveis em dia. Não vejo motivo de não fazê-lo, é sempre melhor prevenir que remediar.

Vacina Descrição
Sarampo / caxumba / rubéola (MMR ou tríplice viral) 2 doses ou título de anticorpos positivo
Doença Meningocócica (Quadrivalente) Imunização nos últimos 5 anos
Tétano / Difteria / Coqueluche (DTaP) Imunização nos últimos 10 anos
Hepatite B Série de 3 imunizações ou título de anticorpos positivos
Influenza Imunização no último ano
Febre Amarela Imunização nos últimos 10 anos
Catapora Série de 2 imunizações ou título de anticorpos positivos

A maioria das vacinas exigidas é oferecida gratuitamente na rede pública e está no calendário de vacinação do adulto. Algumas, entretanto, só são encontradas na rede privada e outras nem isso. Um exemplo é a DTaP. A rede pública oferece a vacina dupla tipo adulto, que imuniza apenas contra tétano e difteria. Algumas universidade, porém, pedem que o aluno também seja imunizado contra a coqueluche. A tríplice da rede pública é indicada somente para crianças e pode levar a sérias reações adversas em adultos. A DTaP adulto é acelular, portanto não promove essas reações e é encontrada em centros de imunização privados. Um outro exemplo é a Meningocócica, que não tem sido encontrada em lugar nenhum no Brasil. No meu caso, eu tive que assinar um documento e enviar para a universidade falando que me comprometo em tomar a vacina assim que chegar lá ou me responsabilizo por qualquer consequência da não imunização.

Caso tenha perdido o seu cartão de vacinação, você tem duas opções: tomar as vacinas novamente e/ou fazer exames que comprovem a presença de anticorpos contra as doenças. No caso da catapora, por exemplo, esse exame será bem útil. Todo mundo já foi criança e praticamente todos tiveram catapora. Talvez não seja muito comum as crianças terem catapora por lá, mas uma vacina sempre exigida é contra a varicela. Como a maioria por aqui no Brasil já teve essa coceirinha gostosa, eles pedem o exame comprovando a presença de anticorpos.

Outro exame bem solicitado é pra comprovar que o aluno não tem tuberculose. O mais simples é Teste Tuberculínico, também conhecido como PPD (Derivado Proteico Purificado). O problema é que pessoas que já foram imunizadas com a vacina BCG podem apresentar resultado positivo. Daí é só tirar um raio-X do pulmão para provar que não tem a doença. Como tudo varia de uma universidade pra outras, algumas pedem testes específicos e mais acurados, como QuantiFERON GOLD ou T-spot, porém mais caros também.

Uma vez imunizado contra todas as doenças estabelecidas pela universidade, o que fazer? Pelo que tenho visto, a maioria das universidades não pede o Cartão de Vacinação original e/ou traduzido. Elas oferecem um formulário que um médico ou enfermeiro deve preencher e assinar, indicando a data da sua vacinação (conforme ele irá conferir na sua carteirinha) e atestando que aquela informação é verdadeira. Caso a universidade peça a tradução da sua carteirinha, é bom levar pra um tradutor juramentado para não ter problemas.

Nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte podem ser encontrados locais que oferecem um serviço de atendimento ao viajante, que visam orientar os viajantes no que diz respeito à diminuição dos riscos de aquisição de doenças durante viagens, doenças transmissíveis e vacinas. A pessoa pode agendar uma consulta para receber as orientações necessárias e devido encaminhamento.

Belo Horizonte:

São Paulo:

Rio de Janeiro: